Manhã respira café
Chaminé acena fumaça
Casa convida papo de varanda
Jardim estaca foices
Calçada desenha avisos
Cadeira balança senhora em tricôs
Infância atravessa cerca
Carro passa longe
Costume ninguém dormir
sexta-feira, agosto 21, 2009
sexta-feira, agosto 07, 2009
Urbana Ave
Vivo entre estátuas de lã
Carentes de edredons e quenturas
No coração cimentado
Busco migalhas pelos cantos
Onde pneus não lambem
Nem pisam sapatos encardidos
Caminho num vagar de trem chegando
Cuidadoso de olhares e passadas
Que dilatam minha calma insustentável
Percebo todos os movimentos
O esbarro, a correria, o pulo, o aceno
Mas só vejo bem coisas paradas
Desconfio sempre das crianças
Elas costumam parar
E, parando, me distraem dos cuidados
Detesto barulho e chuva
Vassouras e pás são meus infernos
Posso voar, devo agradecer
Não entendo essas pessoas amontoadas
Esculturas encharcadas de pressa
Redemoinhos de pó, buscam ventos
Ontem vi uma menina de asas
Hoje já estava de uniforme
Tenho pena
Carentes de edredons e quenturas
No coração cimentado
Busco migalhas pelos cantos
Onde pneus não lambem
Nem pisam sapatos encardidos
Caminho num vagar de trem chegando
Cuidadoso de olhares e passadas
Que dilatam minha calma insustentável
Percebo todos os movimentos
O esbarro, a correria, o pulo, o aceno
Mas só vejo bem coisas paradas
Desconfio sempre das crianças
Elas costumam parar
E, parando, me distraem dos cuidados
Detesto barulho e chuva
Vassouras e pás são meus infernos
Posso voar, devo agradecer
Não entendo essas pessoas amontoadas
Esculturas encharcadas de pressa
Redemoinhos de pó, buscam ventos
Ontem vi uma menina de asas
Hoje já estava de uniforme
Tenho pena
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