- para Luciane
Em asas coloridas, o mosaico dos sentidos
O peso do mundo no balé de duas lâminas suaves:
dobradiças de leveza
movimentam o ar
tiram o fôlego
atraem a inquietude de olhares alheios
- contraste ao concreto humano
Ela sofreu mudanças:
Caminhavagoravoa
Por um vento hábil
(daqueles que esculpem rochedos)
eternizou-se na pele da mulher:
desenho em pedra na pele clara
Agora leva no pescoço o relevo da serena idade
- peso camuflado pela cortina dos cabelos: cachoeira
A imagem é uma varanda:
vê-se o horizonte em qualquer dia
(visão comparável ao olhar-espelho da criança)
A pintura no tecido feminino sugere um lençol colorido sobre a cama
À superfície, um selo
Carne adentro, a tinta faz um portal
poliniza o sangue
faz da alma um caleidoscópio perfeito
Difícil imaginar o vale por trás da transparência
Fácil se perder em traços riscados de dor e cor
A agulha que feriu a seda, já feriu mármores
A pena que escreve imagos, já rabiscou dragões
Só o olho
(antes apenas véu)
agora vôo
(só o tempo realça a própria sutileza)
[jb]
5 comentários:
Que bom que voltastes. Fizestes falta.
Beijo.
Ps. Tuas palavra tem algum combinado com meus sentimentos? Parece que eles se conhecem bem.
Poetaço, a espera engenha espectativas.
Alcançadas!
Não se esconda do mundo. Teu mundo. Sua caixa.
Zé Calcinoni
enorme o meu prazer de re-ler.
abraço.
Venho aqui sempre... na esperança de te encontrar novamente. Apareças mais, garotinho.
Saudades de você.
Beijo
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