terça-feira, maio 01, 2007

Todos nós fomos feitos na mesma olaria

Quando a líquida lâmina do silêncio atravessa o salão
Desperta a voz cimentada da pele
E a membrana fosforescente do olhar
Os pés soluçam movimentos geométricos
E as mãos se escondem entre a parede e o corpo

Tapete é serpente; abajur, andorinha
Sofá, liberdade; mesa, compromisso

As ambições sublimam no teto
Enquanto a vontade desce sem pressa a escada
Fora ecoa uma música arenosa
Mas dentro o ouvido destila o som dos pulmões

Cama é congresso; janela, pedaço
Tijolos estão na garganta; águas, no mundo

Sim,
ela chegou.

[jb]

5 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

enorme CORAÇÂO.



aqui. forte. a explodir.



beijo.Te.

Anônimo disse...

é tão isso ou tão aquilo, que minha cabeça romântica prefere pensar que é um amor...
beijo

Anônimo disse...

Gosto deste tipo de poema ou coisa assim, mexe comigo é muito interessante pois vc não sabe ao exato do que se trata mas é bonito e faz pensar, é esquisito e legal ao mesmo tempo, valeu amei xeru...

Fran Hellmann disse...

Queria dizer só uma palavra, já são cinco, agora oito, agora dez...
Enfim!!! A que eu queria te dizer:
ADOREI



Beijo

Zé Eduardo Calcinoni disse...

Ela atravessa inspirando e transpirando poesia. Vomitando tijolos e soluçando olhares.

A poesia é in-útil. In-útil porque não precisa de justificativa. Não precisa de porques. Ela atravessa o salão, sem ao menos o salão existir. Ela ecoa arenosa, súbita, fosforescente. Sobe ao teto e corre às escadas, como as águas, no mundo.

Sim JB, ela chegou!

Zé Eduardo Calcinoni

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