Ele traz um pote nas mãos.
Um pote de vidro.
Está fechado.
Deposita sobre o armário.
Sobre uma das prateleiras do armário.
Na cozinha.
O pote está entre outros dois.
Um é Branco
Outro Vermelho
Havia um Azul: foi roubado.
Há uma inscrição nos potes.
Uma inscrição que ele mesmo escreveu:
Manter fora do alcance das crianças.
Ele pega um pote vazio e sai.
Sai para se manter ocupado.
O dia inteiro fora.
Ela chega.
Ela sempre chega.
Ela que roubou a Liberdade.
Vê o pote novo.
O Medo está num vidro de conserva.
Enquanto cacos dançam no chão.
Passos de sangue fogem.
Ela foi embora.
Nunca mais roubou.
Nunca mais voltou a ser criança.
Ele volta.
Volta com o pote cheio.
A Vingança num copo de requeijão.
[jb]
segunda-feira, setembro 01, 2008
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2 comentários:
belo poema
mas o verso final contem o mundo inteiro.
abraços
poema que tem sabor.
abs!
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