domingo, setembro 24, 2006

Em paz

Desmaiara na morte – essa teia. Não sentia existência física. Ao chegar essas impressões, depois de um longo intervalo, perguntamos em brasa “não é o perfume uma melodia da aparência?”. Estas sombras falam figuras de paz extraordinária, como se houvesse, exaustas, à minha memória, coisas do coração. E depois, a simples existência recai na tentativa do julgamento dos juízes. Deitado sobre a mão, úmido por alguns instantes, ousava abrir bruscamente o negror da noite. A atmosfera permanecia abafada à razão. Todavia, se ele estivesse morto, tal suposição é incompatível com a realidade. Em que estados morriam as noites? Teria que esperar o próximo sacrifício. Não era possível fugir das outras prisões. Tinha pavimento de pedras e não luz. O sangue recobrou os sentidos num movimento rápido. Os braços, loucos, em todas as direções. Nada. Tinha medo de esbarrar no suor dos próprios pensamentos. Estendi em todas as direções os muros da minha sepultura, certo de que as imagens não atendem aquele que nunca desmaiou.

(a partir de exercício em oficina de criação literária)

3 comentários:

douglas D. disse...

entrelaçares, muitos
deixando palavras-imagens
soltas pela retina
dos meus olhos-sombra
porque não pode ser dito
aquilo que pertence às entranhas.

Anônimo disse...

a gente pensa sempre que é muito bom em fazer o dia anoitecer...esquece que é bom TAMBÉM em fazer a noite amanhecer... ou... vice e versa...
beijo

Anônimo disse...

Boa semana

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