domingo, junho 25, 2006

Trinômio da Aridez Humana

A TERRA
Do pó que somos feitos, fazemos nossas casas.
Da casa que nos abriga, fingimos nossos medos.
Do medo que nos acusa, criamos camas de barro.

O HOMEM
A peste assola ao meio-dia. O sentinela desapercebe o inimigo. O pai busca no bolso alguns trocados para o pão. Não se pode aguardar tempos de paz enquanto não chove, enquanto existir horas e prazos, enquanto haver coisas a serem guardadas, enquanto persistir a urgência em sobreviver.

A LUTA
José foi iludido por uma miragem. José desapontou a mulher e os filhos. José é tido como desonesto na vizinhança. José não foi à igreja no domingo passado. José vai deixar a cidade. José não tem cachorro pra levar junto. José não é um homem. José é só um nome.

[jb]

7 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Triade pertubadora, meu caro. Lembrou-me Euclides da cunha.

hábraços

isabel mendes ferreira disse...

o nome de um mito????????ou o nome de uma imaginação brilhante???????



obrigada pelo sol....:)


beijos.

douglas D. disse...

a menina que eu amo, querem roubá-la de mim, como se possível fosse deixar de ser poesia...
a terra, o homem, a luta = impactantes e perturbadoras as tuas palavras.
abs.

Rubens da Cunha disse...

de arrebentar com meu silêncio.
abraços
rubens

Anônimo disse...

tem texto que eu leio que me dá uma vontade de fazer um carinho em quem escreveu! então vai lá:"De tarde um velho tocará sua flauta para inverter os ocasos."(manoel de barros)
beijo moço

douglas D. disse...

sim...a morte! mas que dela saibamos a dor; e dessa dor, viver sem medo.
é sempre muito bom qdo apareces no blog.
abs.

Zé Eduardo Calcinoni disse...

A agora José?

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