domingo, setembro 02, 2007

Prontuário

Ignorava a distância entre manhã e noite
Ignorava o fato de haver calendários
Ignorava a presença das pessoas no quarto
Ignorava a leitura de livros clássicos

Só percebia a árvore lá fora
A copa, os galhos, as folhas secas
Quantas estações se passaram?
Quantas promessas?
Quantas visitas?

Agonizava por uma incredulidade
Por que o jardineiro não vem mais limpar o jardim?
Os ciscos cobrem o chão
O musgo sobe a parede
Alguém, por favor, feche esta janela!

[jb]

4 comentários:

Fran Hellmann disse...

Fechar a janela parece discrepante de agonizar por incredulidade.
Parece credulidade, parece credulidade na morte. Mas se assim o era, era em paz: n�o sentia a pancada que cada segundo infere na alma, ignorava o barulho ensurdecedor de cada virada nas folhas do calend�rio...

douglas D. disse...

há uma janela fechada
limite entre o vazio do abandono
e o precipício do seguir só
(ontem, eu saberia de mim
hoje, já não mais)


obrigado(mesmo)pelo que vc escreveu lá no vomitando.
é muito bom ler aqui novamente.

Anônimo disse...

veja o emailque mandei para Thiago

Boa tarde.
Somos alunas do Nova Era unidade sul e estamos fazendo uma pesquisa dos poetas joinvilenses :}

Será que poderiamos conversar em alguma praçaou pela internet mesmo?

por favormande respostas

hora tardia disse...

continuo a gostar muito daqui.


um completo olhar.



beijo.


(piano)

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