quarta-feira, outubro 03, 2007

π

Somadas ao fogo,
palavras equacionam o momento exato da combustão
- todo incêndio é a raiz quadrada da imprudência.

Silêncios não podem subtrair-se
caso contrário, ossificam a pele
- toda guerra é o quociente exato entre pensamento e voz.

Sinais margeiam as ruas
crescem em progressão geométrica
enquanto o homem se aninha em retângulos perfeitos
- a multiplicação dos dias ainda dá um valor negativo.

Simétrico é o inferno
fractal é o céu
Nas esquinas números com vírgulas querem ser frases.
- todos os algarismos nasceram de uma espiral

Sombras matemáticas engolem frações
a fome é uma dízima periódica
o desejo, uma sede emprestada
- qual o mínimo múltiplo comum de uma serpente?

[jb]

8 comentários:

douglas D. disse...

cara, muito, muito bom!!
abs.

hora tardia disse...

somADAS AO FOGO AS TUAS PALAVRAS....SÃO ANEIS MÚLTIPLOS.




sede que não tem empresto!~~



beijo.


/piano.

Fran Hellmann disse...

É sempre muito bom vir aqui...

Bj

Fran Hellmann disse...

É sempre muito bom vir aqui...

Bj

Rubens da Cunha disse...

perguntinha capciosa esta do verso final. irrespondível e respondível como convém a toda pergunta poética.
abraços

isabel mendes ferreira disse...

e o Rubens tem razão????!!!!!


TEM!


_____________________



com virgulas e tudo.



:)



beijo.

douglas D. disse...

deserto-me...

Priscila Lopes disse...

Criativo e bem articulado, rico em figuras de linguagem.

E o convido a conhecer o blog Cinco Espinhos, no qual eu e a colega Aline Gallina nos propomos a tecer críticas literárias em forma de literatura.

Toda semana, também, garimpamos a internet à procura de um BOM texto de um autor "desconhecido".

Apareça. Comente. Participe da enquete:

http://cincoespinhos.blogspot.com Obrigada!

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