fez gargarejo com fogo
deixou a pasta de dente aberta
a torneira gotejando
os dentes polidos na boca de vulcão
decorou os cílios
as mãos com creme faiscaram o pescoço
havia digitais no espelho
os cabelos alisados respingaram lava no azulejo
luzes apagadas
porta apenas encostada
quarto com os lençóis de ontem
a lareira com brasas envergonhadas
o sapato prata riscou o asfalto feito fósforo
ela, toda luz, alastrava o incêndio pelas ruas
faróis, velas, lâmpadas, luzinhas de Natal:
tudo se apagou em respeito à iluminura de vestido púrpura
era de ferver os olhos
antes, mata virgem
hoje, queimada para plantação
depois, mulher destilada
raiou a noite inteira até veludar a manhã
[jb]
terça-feira, dezembro 30, 2008
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2 comentários:
Muito bom!
Desejo o mesmo para a Caixa, hehehe.
Grande abraço,
*CC*
A.veludado o texto.
e com a qualidade de sempre.
sobre o asfalto deste tempo.
.
abraço.
.e a minha admiração.
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